Achei este artigo no Irmãos em Ação de maio e conhecendo o Pastor Valdemar Kroker, pastor da IEIM de Curitiba-PR, estou adicionando a sua história em meu blog, leia e reflita sobre a inovação deste pastor ao entregar a sua filha ao seu futuro esposo.
Leia e reflita
No dia 8 de março de 2008, às 18h30min (ou um pouco depois disso), tive o privilégio de conduzir a minha filha Rebeca pelo corredor da igreja em direção ao feliz noivo Giulianno Miola, que já a esperava ansiosamente. E aí as coisas não aconteceram como ele esperava, nem ela. (Antes de qualquer coisa, preciso observar que eu achei aquele corredor muito curto. Precisava ser pelo menos do tamanho de um campo de futebol. Mas o melhor veio em seguida).
Na hora de entregar a filha - já tinha dado um beijo na testa dela, e um abraço - dei mais um abraço nela, olhei para o noivo e a segurei, como quem diz: Não largo. Mudei de idéia. E aí fiz o meu discurso inesperado. A Rebeca tinha pedido que no dia do casamento dela eu fosse pai e não pastor. Ou seja, sem chororô; portanto, durante a cerimônia, sem discurso dos pais. Mesmo assim, arrisquei (depois de ensaiar pelo menos umas 15 vezes):
- Como hoje é dia de entregar a filha ao noivo, como pai da noiva preciso ouvir do noivo algumas respostas para ver se realmente posso confiar minha filha a ele.
E ele, aflito, olhando para o relógio, perguntou:
- Mas agora, Valdemar?
Não dei bola. (Apressadinho, né).
- Primeira pergunta, continuei.
- Giulianno Miola, você acha que vai ter condições e está disposto a fazer cafuné na minha filha todas as noites antes de dormir? Não dei tempo para pensar, muito menos para responder, e já engatei a segunda pergunta:
- Giulianno, você acha que vai ter condições e está disposto a pagar a conta de água dos banhos da minha filha?
A essa altura, talvez ele já desconfiasse que nem precisava responder, porque já dei continuidade com a terceira.
- Giulianno, a terceira pergunta tem a ver com o nosso primeiro encontro, nós dois. Lembra daquela vez, em novembro de 2004, depois que eu percebi que você estava arrastando uma asinha pro lado da Rebeca, eu convidei você pra almoçar? Lembra da tarefa que eu dei naquele almoço? “Giulianno, me dê 18 boas razões para eu deixar você namorar a minha filha”.
- E você, muito esperto, pra ganhar tempo, perguntou: “De onde você achou esse número 18, Valdemar?”.
- E eu respondi: “Bem, pra começar a namorar, servem uns bons três motivos”. Mas isso foi pra começar a namorar, Giulianno. Hoje, Giulianno, pra casar, preciso dos 18 motivos.
E, claro, aí ele gelou.
Mas mais uma vez não dei tempo para ele responder. Continuei:
- Na verdade, Giulianno, só quero pedir uma coisa a você: Cuida bem da minha filha.
- Eu conheço essa menina desde antes de ela nascer. Já me chutava antes de nascer, quando eu colocava a mão na barriga da Simone. Depois de nascer, se não ouvi o primeiro choro, do segundo em diante, ouvi todos. Choro de fome, choro de dor, choro de manha, choro de angústia. Eu cuidei dela, eu troquei as fraldas dela. Eu ouvi as primeiras risadas dela. Que menina risonha.
- Eu vi essa menina dar os seus primeiros passos, eu a vi levar os primeiros tombos. Aquela vez que caiu e abriu um rasco na testa e nós não sabíamos o que fazer, que aflição!
- Eu tirei a foto do primeiro dia de aula. Eu vi essa menina descobrir tantas coisas preciosas na vida, eu a vi descobrindo o Criador e desenvolver um relacionamento pessoal com ele. Eu vi essa menina virar moça.
- E aí um belo dia apareceu você. E ela se interessou. Acho que foram os seus cachinhos. E mais tarde vocês começaram o namoro.
- E nesses três anos e um mês e 10 dias de namoro, você conquistou o coração não só da Rebeca, mas também o nosso - dos pais - e também o dos irmãos, avós e parentes. E, além de pedir a você hoje que cuide bem da nossa filha, quero honrar você como homem diante de Deus e diante das pessoas que estão aqui hoje.
- É um prazer e um privilégio como pais podermos entregar a filha a um homem temente a Deus que honra tudo o que é sagrado e tem convicções dos valores da família.
E quero dizer a você hoje que não foi só pelos valores que passamos à Rebeca, não foi só pelas orações - nossas, dos avós, dos padrinhos dos noivos - mas foi também porque você aceitou os nossos padrões para o namoro e se submeteu aos padrões de Deus para o relacionamento entre um homem e uma mulher que hoje podemos entregar a você uma pérola preciosa (é verdade, ainda tem muito pra ser lapidada), mas uma pérola preciosa e pura, especialmente guardada só pra você.
— Por isso, Giulianno, cuida bem da minha filha.
E aí não segurei mais a filha. O pastor, que era o meu irmão Werner, começou a cerimônia. E foi uma festa linda! Eu acho. Será que o que fiz foi quebra de protocolo? E que tal inovar o protocolo?
Agora o que fica é a alegria e o prazer de ver a filha e o genro alçarem vôo e, claro, a dor da saudade.
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